quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Quando Não Sobe Mais

Minha saúde me entristece,
Desse corpo que merece
A mesma dor que o coração.
Nada a anestesiar nessa embriaguez,
Além da minha garrafa que não sobe mais.

Desses olhos feridos, nem o exílio,
Que o cego sente na alma quando chora.
O tempo é ainda mais devagar no escuro,
Como nos dias em que me perdi com ela,
Pior que a eternidade.

Repousarei no meu leito de morte,
Quando aquela alma o adornar
Então amarei o sono novamente,
Com o teu seio como meu travesseiro.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mar de Fogo

Eu sou o teu início.
Desbravei o teu sorriso de cigana, anjinha.
Voz sussurrada que me abraça e beija.
Esse deleite dos infernos encravado na pele,
Deixe e goze,
Fui eu que deixei essa pele árida.
Nada importa se uma lufada espalhe a areia,
Teu deserto não sobreviveria sem esse grão.
Não se nega a natureza, talvez as tuas entidades.
Se conhece um Sultão, sabe de onde vem as pratinhas,
Que alimenta o teu vício sombrio,
Nessa superfície ardente que é teu corpo.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sangrando

Meus dentes caem com o meu sorriso,
Deixando o gosto de sangue nos meus lábios
O bom sangue, voltando ao meu corpo vazio,
Sendo rejeitado como aquele olhar de ninfa
Sangro, minha boca transborda e o mundo ignora,
Meu corpo está murcho, estendido nas sombras desse beco sujo
Pelo esgoto vejo a chuva levar minhas cinzas...
É, prefiro morrer na tempestade ao ter o silêncio da natureza
Ouvindo a majestade da sua sinfonia
Até o seu último ruído
O breve som do violino
Que morre comigo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Minha Poesia

Minha poesia, é um véu que se abre todos os dias,
Rasgando, da mesma forma que vim ao mundo
Sujo, confuso, preso, chorando...

A minha poesia não é fruto da minha dor
Se no mundo eu estou, nele eu aceito viver,
Amando e ecoando esse rancor...

Provo, que todos os dias eu fervo no mesmo mar
Mas sabendo que amar, não é somente dor
Pois a minha poesia é fruto do meu amor.